Como a NATO controla a política da EU relativa aos migrantes
O chamado Plano Merkel é na realidade um produto de círculos de influência [thinks tanks] norte-americanos ligados à NATO, e governadores de países membros da NATO ou membros potenciais. Ter presente a máxima «seguir o rasto do dinheiro» é instrutivo neste caso, a fim de compreender quem governa hoje a União Europeia
Um fluxo incontrolável de refugiados de guerra vindos da Síria, Líbia, Tunísia e outros países muçulmanos, desestabilizados pelas revoluções coloridas de Washington do tipo «Primavera árabe», criou a maior deslocação social através da União Europeia desde o fim da Segunda Guerra Mundial, da Alemanha à Suécia passando pela Croácia. Torna-se hoje claro para muitos, que algo sinistro está em marcha, algo que ameaça destruir a integridade social e mesmo toda a Europa como civilização. Mas o que poucos se apercebem é que todo este drama é orquestrado, não pela chanceler alemã Ângela Merkel, ou pelos burocratas sem rosto da União Europeia no seio da Comissão de Bruxelas. Este drama na realidade é orquestrado por uma cabala constituída por um laboratório de ideias [Think tanks] e outros círculos de influência estreitamente ligados à NATO.
A 8 de Outubro de 2015, no meio de vagas de centenas de milhares de refugiados que chegavam à Alemanha vindos da Síria, da Tunísia, da Líbia e de outros países, a chanceler alemã Angel Merkel novamente confiante proclamava por ocasião de um programa popular na televisão alemã. «tenho um plano». Ela aproveitou essa ocasião para lançar um desafio ao seu parceiro no seio da coligação governamental, Horst Seehofer da CSU bávara: um crítico acerbo da posição de Merkel desde o Verão de 2015: consistia em acolher os refugiados de braços abertos, o que conseguira fazer entrar mais de um milhão de refugiados na Alemanha só no último ano [1]
Desde aí, com uma resolução férrea, a chanceler alemã defendeu o regime criminoso de Erdogan na Turquia, como um dos parceiros mais essenciais no seu «plano».
Uma grande parte do mundo considerou com estupefacção o modo como ela ignorou os princípios da liberdade de expressão, decidindo perseguir publicamente um comediante bem conhecido da televisão alemã, JanBöhmermann, pelas suas piadas sobre o presidente turco [2]. O mundo ficou abismado ao ver aquela que se julga o símbolo da democracia europeia, ignorar a prisão de jornalistas da oposição por Erdogan e o seu silenciamento da oposição turca, enquanto urdia planos que visavam a estabelecer uma verdadeira ditadura dentro da Turquia. Os observadores ficaram ainda mais perplexos, quando o governo de Berlim resolveu ignorar as provas mais que abundantes de que Erdogan e a sua família ajudavam materialmente e forneciam uma base de retaguarda aos terroristas do EIIL a operar na Síria, participando na realidade na criação desta crise de refugiados de guerra. Os observadores ficaram ainda siderados ao vê-la criar um compromisso da União Europeia para dar milhares de euros ao regime de Erdogan a fim de, imagine-se, poder travar dos fluxos de refugiados que vinham de campos de refugiados turcos através da fronteira até aos países vizinhos da União Europeia, a Grécia e outros países.
O plano Merkel
Estas acções aparentemente inexplicáveis, da parte daquela que era antes encarada como uma dirigente alemã pragmática, parecia remontar à aquiescência dada a um documento de 14 páginas preparado por uma rede de laboratórios de ideias pró-NATO, sabiamente intitulado «plano Merkel». Mas o que a chanceler alemã de novo cheia de confiança não disse à sua entrevistadora, a apresentadora Anne Will, nem aos telespectadores, é que o «seu» plano lhe fora dado apenas quatro dias antes, a 4 de Outubro de 2015: provinha de um documento que já se intitulava «Plano Merkel», criado por um novo laboratório de ideias [think tank] internacional, bastante anunciado e objectivamente bem financiado, respondendo pelo doce nome de «iniciativa para Estabilidade Europeia (ISE). O site na Internet do ISE testemunha o que esta organização possui escritórios em Berlim, Bruxelas e Istambul, na Turquia [3].
De modo suspeito, os autores deste plano do ISE intitularam-no como se proviesse da chancelaria federal alemã [4] e não das suas próprias instalações [5]. Mais suspeito ainda é o conteúdo deste «Plano Merkel»» do ISE. Pois além de se ter encarregado de mais de um milhão de refugiados em 2015, preconiza que a Alemanha deverá «aceitar garantir asilo a 500.000 refugiados sírios registados na Turquia durante os próximos doze meses». Mais ainda, «a Alemanha deverá aceitar as reclamações da Turquia […] e fornecer um meio de transporte assegurado aos candidatos aceites […] já registados junto das autoridades turcas…» E finalmente, «a Alemanha deverá aceitar e auxiliar a Turquia, a fim de obter uma isenção de visto para os seus próprios viajantes em 2016 [6]
O chamado Plano Merkel é na realidade um produto de círculos de influência [thinks tanks] norte-americanos ligados à NATO, e governadores de países membros da NATO ou membros potenciais [7]. Ter presente a máxima «seguir o rasto do dinheiro [8]» é instrutivo neste caso, a fim de compreender quem governa hoje a União Europeia.
Iniciativa para a Estabilidade Europeia (ISE)
A ISE nasceu dos esforços da NATO para transformar o sudoeste da Europa, após a guerra da Jugoslavia instigada pelos Estados Unidos nos anos 90, que resultou na balcanização desse pais e no estabelecimento de uma importante base americana da NATO, Camp BondSteel, no Kososvo.
O actual presidente do ISE directamente responsável pela versão final do documento chamado «O Plano Merkel» é um sociólogo austríaco a viver em Istambul, Gerald Knaus. Knaus é membro do ECFR, o Conselho Europeu para as Relações Externas (CERE). É também membro da Sociedade Aberta [9]
Fundada em 2007, a ECFR é uma imitação do influente CFR de Nova Iorque, o círculo de influência criado pelos Rockfeller e seus amigos banqueiros, com JP Morgan à cabeça, durante as negociações de paz de Versailles em 1919 a fim de coordenar a política externa anglo-americana global. De modo significativo, o criador e fornecedor de fundos do ECFR é o bilionário norte-americano e financiador das revoluções coloridas, George Soros. Em virtualmente todas as revoluções coloridas mantidas pelo Departamento de Estado norte norte-americano, desde o desmembramento da União Soviética, incluindo a Sérvia em 2000, da Ucrânia, da Geórgia, da China, do Brasil e da Rússia, George Soros e as ramificações das suas Fundações para uma Sociedade Aberta estavam sempre presentes, agindo na sombra, financiando as ONGs e outros activistas para a «democracia», a fim de instalar regimes pró-Washington e pró-NATO [10].
Os membros seleccionados [da ECFR] chamados Membros [Members] ou associados [associates] do Conselho com sede em Londres, influenciam o Co-presidente Joschka Fischer, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e membro do partido ecologista alemão, que distorce a ideologia do seu próprio partido a fim de, em 1999, manter os bombardeamentos ilegais de Bill Clinton contra a Sérvia, sem o apoio do Conselho de Segurança da ONU [11].
Os outros membros do influente Conselho para as Relações Externas de Soros incluem o antigo secretário-geral da NATO Xavier Solana. Inclui também o plagiador desmascarado e antigo ministro da Defesa alemão, Karl-Theodor zu Guttenberg; Annette Heuser, directora executiva da fundação Bertelsmann [12] em Washington DC; Wolfgang Ischinger, presidente da Conferência de Segurança de Munique [13]; Cem Özdemir, presidente do reagrupamento politico alemão Alliance90/Os Verdes [14]; Alexander Graf Lambsdorff, do partido liberal democrata alemão Freie Demokratische Partei, FDP), eurodeputado; Michael Stürmer, correspondente em chefe do jornal Die Welt; André Wilkens, director da fundação Mercator (Mercator Foundation); assim como o defensor da pederastia no Parlamento europeu Daniel-Cohn-Bendit, conhecido como «Danny le Rouge» durante as revoltas estudantis francesas de Maio de 68, era um membro do grupo autonomista «combate revolucionário» [RevolutionärenKampf] em Rüsselsheim, Alemanha, junto do seu aliado actualmente presidente do ECFR, Joschka Fischer. Os dois fundaram a ala «realo» [15] dos Verdes alemães [16].
As Fundações para uma Sociedade Aberta constituem a armadura da rede de fundações, isentas de impostos, «na promoção da democracia», criada por George Soros sobre as ruínas deixadas pelo desmembramento da União Soviética: aí promoveram «marchas livres» favoráveis às regras de liberalização dos mercados desejados pelo FMI dentro das antigas economias comunistas, que abriram as portas a uma pilhagem sistemática dos activos energéticos e de mineração de grande valor dentro desses países. Soros foi um dos maior financeiros implicados junto da equipe económica liberal de Boris Yeltsin, incluindo até o economista das «Terapias de Choque» de Harvard, Jeffrey Sachs, e o conselheiro liberal de Yeltsin, Yegor Gaïdar [17]. Nesta altura, já está claro que este «Plano Merkel» não é mais que o plano Soros, Mas há ainda mais a descobrir se desejamos compreender a agenda bastante sóbria que se desenrola atrás deste plano.
Os financiadores desta «iniciativa para a Estabilidade Europeia»
O círculo de influência dito «a iniciativa para a estabilidade europeia», de Gerald Knaus, ligada a George Soros, é efectivamente financiado por uma lista impressionante de doadores. O site na Internet tem uma lista.
Esta lista inclui, além das Fundações para uma Sociedade Aberta de Soros, a Fundação [Stiftung] alemã Mercator, ligada a Soros, e a Fundação Robert Bosch. Os financeiros da ISE incluem igualmente a Comissão Europeia. Depois, curiosamente, a lista dos fundadores deste «Plano Merkel» inclui uma organização com um nome muito orwelliano. Instituto dos Estados Unidos para a Paz [United States Institute of Peace].
Bastam algumas pesquisas para revelar que este Instituto dos Estados Unidos para a Paz tem tudo menos um plano pacífico. O Instituto dos Estados Unidos para a Paz é afinal presidido por Stephen Hadley, antigo Conselheiro da Segurança Nacional [18] durante a administração dos neoconservadores provocadores de guerra Bush-Cheney. O seu Conselho de Directores inclui também Ashton B. Carter, actual Secretário da Defesa da Administração Obama; o Secretário de Estado John Kerry; o Major General [General de Divisão] Frederick M. Padilla, presidente da Universidade americana para a Defesa Nacional [US National Defense University]. Vemos assim alguns dos arquitectos veteranos da estratégia de «Dominance Plein Spectre» [19] do Pentágono norte-americano [20].
Os autores do «Plano Merkel» saído da «Iniciativa para a Estabilidade Europeia» para além das benesses das fundações de George Soros, incluem no seio do núcleo dos seus fornecedores de fundos, o Fundo Marshall dos Estados Unidos para a Alemanha [German Marshall Fund of the United States]. Como já o descrevi no meu livro recente sobre os Laboratórios de Ideias [21], este Fundo Marshall alemão é tudo menos alemão: «Com a sede em Washington, trata-se de um laboratório de ideias norte-americano com os quartéis-generais em Washington DC e a sua verdadeira agenda é a desconstrução da Alemanha após guerra, e mais globalmente de todos os estados soberanos no seio da União Europeia, a fim de os fazer entrar com mais facilidade na agenda da globalização requerida por Wall Street» [22].
Este fundo Marshall alemão» de Washington esteve implicado na agenda americanapos 1990 implicando mudanças de regime por todo o lado, ligado ao NED [NationalEndowment for Democracy] financiado pelos Estados Unidos, com as fundações Soros, e com a organização frontal da CIA chamada USAID.
Como disse no meu livro já citado nos círculos de influência: «o fim maior do «Fundo Marshall Alemão», segundo o seu relatório anual de 2013, era manter a agenda planificada do Departamento de Estado norte-americano para as operações da chamada «engenharia democrática» [23] no seio dos antigos países comunistas da Europa de Leste e do Sudeste, dos Balcãs ao Mar Negro. De modo significativo, os seus esforços incluíam a Ucrânia. Na maior parte dos casos trabalharam em conjunto com a USAID, largamente identificada como uma organização de fachada da CIA com ligações ao Departamento de Estado e à Fundação Stewart Mott [24] que dá os fundos ao NED, ele mesmo financiado pelo Governo norte-americano [25].
De modo notável, a própria Fundação Stewart Mott é outro fornecedor de fundos do ISE tendo produzido o «Plano Merkel», tal como os Fundos dos Irmãos Rockfeller[26].
Tudo isto devia dar razões para fazer uma pausa a fim de reflectir sobre os actores e os seus fins deste arranjo Merkel-Erdogan, sobre esta crise de refugiados influentes na União Europeia.
Será que a facção norte-americana Rockfeller-Bush-Clinton espera utilizar como uma experiência de engenharia social maior para criar o caos e o conflito social na União Europeia, enquanto ao mesmo tempo as suas ONGs, como o NED, a Freedom House [27] e as Fundações Soros assestam os seu fogo na Síria, e na Líbia e por todo o lado no mundo islâmico? Ter-se-á a Alemanha transformado como dizia o antigo conselheiro presidencial norte-americano e protegido dos Rockfeller, num «vassalo do poder norte-americano no mundo depois de 1990? As provas são já bastante edificantes para concluir que é esta a verdade. O papel dos laboratórios de ideias ligados aos Estados Unidos e à NATO é central, a fim de conseguir a total compreensão do modo como a Republica Federal Alemã e a União Europeia estão de facto controladas desde o anterior plano da cortina atlântica [28] …
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Notas:
[1] ARD, «Merkel bei Anne Will: Ich habe einen Plan» 8 de Outubro de 2015.https://www.tagesschau.de/inland/merkel-anne-will-103.html.
[2] Ver: «Segundo o critico alemão, Merkel sacrificou-o para contentar Erdogan» (SputnikNews, 3 de Maio de 2016).
https://fr.sputniknews.com/international/201605031024712790-satiriste-
allemagne-merkel-critique-erdogan/
[3] «O Plano Merkel: retomar o controlo; mantendo a compaixão — Uma proposta para a crise dos refugiados sírios» (Iniciativa da Estabilidade da Europa — ESI, 4 de Outubro de 2015).
http://info.kopp-verlag.de/data/image/andreas-v-retyi/2016-03/500%20000%....
[4] A Chancelaria federal [Bundeskanzleramt, BK] é a administração que engloba os serviços do chanceler federal alemão. Não confundir com uma chancelaria diplomática (a equipe próxima do chefe de uma embaixada ou de um consulado), ou aChancelaria (com maiúscula) ou seja o Ministério da Justiça.
[5] Uma instalação no sentido político, designa uma estrutura para um fim político de modo secreto. Pode ser publica ou privada, mas será sempre ligada mais ou menos directamente a serviços de estado, sejam nacionais ou estrangeiros (polícia, informações, partido político, ou ligada directamente ao gabinete de um ministro ou de um dirigente político). São assim as células de planificação de uma agenda politica: trata-se tanto de promover ou pelo contrário abafar um dado assunto, induzindo frequentemente a manipulação indirecta da opinião e/ou da desinformação, por medias interpostas. Certos aspectos podem mesmo revelar domínio de informações, ou «operação psicológica», com certas dimensões «especiais» (paralelamente às «operações especiais», mas aqui em assuntos civis) a fim de por exemplo definir uma empresa ou uma personalidade politica.
O que há de perturbador com a generalização dos laboratórios de ideias/círculos de influência [think tanks] e de influência [lobbying] na acção politica à maneira anglo-saxónica, que contamina a Europa a partir de Bruxelas, é que a fronteira não é transparente entre as estruturas de influencia politica (lobbying) e as instalações implicam fins ocultos. Mas, um estudo mais aprofundado das operações de informação em assuntos políticos, mostrará que sempre foi assim, o que relativiza muito a ideia da própria democracia: toda a estrutura de influência politica será susceptível de se tornar uma «instalação» sendo próxima e financiada, ou seja «disfarçada» (ou seja mais ou menos directamente dirigida) pelos interesses servindo-se dessa estrutura para promover a sua própria agenda planificada. A única lição a tirar permite que cada um se torne consciente desse género de manipulações sempre possíveis, será a vigilância individual como o corolário de toda a pretensão à democracia…
[6] The Merkel Plan…» Ibid.
[7] Ver o site da Internet da NATO, juntar também os desenvolvimentos a respeito de Israel…
[8] Diz-me quem te financia eu dir-te-ei para quem trabalhas: «É aquele que paga o violão quem escolhe a música». O problema dos financiamentos dos escritórios e outros círculos de influência, think tanks ou seja qual for o termo oficialmente usado, é a primeira questão que é necessário pôr perante toda a organização mais ou menos suspeita. Neste caso, para além das obras de William Engdahl, veja-se principalmente a obra do Pr. Pierre Hillard: «A marcha irresistível da Nova Ordem Mundial» (Ed.François-Xavier de Guibert, 2007).
[9] Sobre a articulação dos diversos círculos e redes de influência ver «Domínio deEspectro Total», de William Engdahl (2008, a aparecer em francês, cap. 2, pp. 31 es.): «O Fundo [doação] Nacional para a Democracia [National Endowment forDemocracy — NED], a organização que se encontra em quase todos os golpes maiores dos Estados Unidos no quadro de operações, de mudança de regime depois dos anos 80. […] A Fundação para uma Sociedade Aberta (Open Society Foundation) do miliardário norte-americano George Soros, e a Casa da Liberdade (Freedom House)sediada em Washington», que surgira desde 1941 como uma organização de propaganda ligada à futura NATO (o antigo patrão da CIA, James Woolsey, tomou a direcção em 2001).
A «mãe» dessas operações foi o movimento «Otpor» em Belgrado em 1998-2000: «Em Belgrado, numerosas organizações pacíficas eram na realidade operadores chave: A Fundação Nacional para a Democracia (NED) e duas das suas ramificações, o Instituto Republicano Nacional (National Republican Institute - NRI) ligado ao Partido Republicano, o Instituto Democrático Nacional (National DemocratiocInstitut — NDI) desta vez ligado aos Democratas. Proclamando-se como Organizações Não Governamentais (ONG) privadas, na realidade eram financiadas pelo Congresso norte-americano e o Departamento de Estado. Com milhões de dólares fornecidos pelos contribuintes norte-americanos, foram preparadas a fim de criar um movimento de sintese «para uma mudança não violenta». (Michael Dobbs, «os consultores políticos norte-americanos ajudaram os conselheiros políticos da oposição a combater o líder autoritárioMilosevic (Os conselheiros norte-americanos ajudaram a oposição política a Milosevic: consultores ajudaram a oposição jugoslava a derrubar o dirigente europeu»]Washington Post, 11 de Dezembro 2000 (longo artigo de 6 páginas que já não é acessível a partir do site oficial de Washington embora não subsistam traços remanescentes, mas pode ser facilmente encontrado nas fontes intermédias. Ver também «Golpe de Estado disfarçado: A Nova Ordem de Washington «Democratização» (Jonathan Mowa, Pesquisa Global, 3 de Junho de 2014). Antes, outras operações haviam sido realizadas durante a elaboração destes métodos, e anteriormente para as NTIC: O Departamento de Estado Norte-americano utilizava frequentemente as ONG no quadro das suas «máquinas de golpe» durante anos: no derrubamento do presidente Fernando Marcos nas Filipinas em 1986, ou por ocasião da desestabilização da Praça Tianamen em 1989, e na revolução de veludo de VaclavHavel na Checoslováquia em 1989. Actualmente as tácticas um pouco rudes dos decénios precedentes eram retocadas com o refinamento das inúmeras técnicas de imagem desenvolvidas pela RAND Corporation, pelas mensagens de SMS e pelos telefones moveis, assim como pelos estudos de Gene Sharp do que ele chamava a «não violência como método de guerra».
Por ocasião e em volta dos acontecimentos de 1989 na Praça Tianamen em 1989, tanto a Instituição Alberto Einstein de Gene Sharp como o Fundo da Reforma e Abertura da China de George Soros (Fund for the Reform and Opening) estiveram aparentemente presentes. Gene Sharp teria estado em Pequim mesmo antes da erupção dos protestos estudantis não violentos da Praça de Tianamen. O Governo chinês acusou abertamente a Fundação Soros nessa época de ter ligações à CIA, forçando-a a deixar o país.
A Instituição Albert Einstein de Sharp desempenhou aparentemente um papel notreino e na educação dos movimentos de jovens através dos paises do antigo Pacto de Varsóvia e também na Ásia. [….] A organização de Sharp foi em parte financiada pelas Fundações Soros e o Fundo Nacional da Paz (NED) do Governo norte-americano, entre outros.
No seu próprio site na Internet, o instituto de Sharp admite estar activo junto dos grupos de oposição «pró-democracia» em muitos países, incluindo a Birmânia, a Tailândia, o Tibete, a Letónia, a Estónia, a Bielorússia, assim como na Sérvia. De uma maneira cómoda, esses países alvo coincidiam inteiramente com aqueles visados pelo Departamento de Estado para as mudanças de regime durante o mesmo período de tempo. A palavra «Democracia» como bem o sabiam os antigos oligarcas da Grécia Antiga, era sem duvida uma espada de dois gumes que podia mais uma vez ser manipulada contra os opositores, através da fúria dirigida de multidões enfurecidas».
[10] F. William Engdahl, Die Denke Fabriken.Wie eine unsichtbare Macht Politikund Politikund Macht Mainstream-Medien manipuliert (A Fábrica de Pensamento: como uma força invisível manipula a politica e os principais medias) Koop-Verlag, Rottebur, 2015, capítulo 11. Sobre o CFR, a difícil articulação não sem rivalidade entre os interesses comerciais anglo-norte-americanos ver-se também O Petróleo uma guerra de um séculocapítulo 5 pag 67 e 8) e A verdadeira história de Bilderberger (Daniel EstulinEditions Nouvelle Terre, 2009. Muito poucas obras existem em francês que evocassem essas jogadas, pensamos por exemplo nas obras de Pierre de Villenarest, ou de Pierre Fontaine num sentido menor)
[11] Ibid.
[12] Bertelsmann Stiftung. Sobre a Fundação Bertelsmann ver a obra de PierreHillard. A Fundação Bertelsmann e a governação mundial» Ed. François-Xavier deGuibert, 2009.
[13] A Conferencia anual sobre a segurança em Munique (Münchner Sicherheitskonferenz, MSC; (Munich Security Conference também chamada Wehrkunde(abreviação do seu antigo nome: Wehrkundetagung, (Sessão de troca de conhecimentos em matéria de Defesa) é a maior reunião este género no mundo. Foi por esta ocasião que desde 2008 a Rússia não cessou de avisar a NATO contra as manobras e intrigas deliberadas promovidas principalmente pelas instituições financiadas pelos Estados Unidos. Que só podiam criar tensões artificiais entre a Rússia e a NATO que conhecemos hoje.
[14] Bundnis 90. Die Grunen é um partido político alemão de centro esquerda ecologista moderado.
[15] Realo (abreviatura de Realista), partidários dentro dos ecologistas ecologistas alemães, de uma aliança de governo com a esquerda, em, oposição aos Fundi (abreviatura de Fundamentalistas), com uma perspectiva anti-liberal e marxizante. É a esta ala Fundi que se deve uma maravilhoso slogan pacifista besser rot als tod (antes vermelho que morto durante a guerra-fria…
[16] Ibid; ver também a apresentação de ECFR sobre a Lobbypedia da ONG alemãLobby Control, que assegura uma especialização sobre os grupos de influencia https://www.lobbypedia.de/wiki/EuropeanCouncilonForeignrelations.
[17] F. William Engdahl, op. Cit.; Jeffry Sachs, O que eu fiz na Rússiahttp://jeffsachs.org/2012/03/what-i-did-in-russia/. NDT pensemos também em AnatoliTchoubais, que foi citado por Marie Laforêt em más circunstancias perante ThierryArdisson…
[18] O Conselho de Segurança Nacional (National Security Council) ou NSC, composto de conselheiros, (US National Security adviser) reunia estatutariamente com o vice-presidente, o secretario de estado, o secretário da Defesa e o Conselheiro da Segurança Nacional, tem um papel de esclarecimento de decisão e coordenação junto do Presidente em assuntos estratégicos, instituição pouco conhecida e portanto mais importante da politica externa dos Estados Unidos; é também importante compreendê-lo no contexto da baixa de poderes reais do Presidente dos Estados Unidos depois de Eisenhower e da subida correlativa dos grupos de interesses que o manipulam mais ou menos directamente. Veja-se principalmente a este respeito F.William Engdahl a respeito do total poder de Henry Kissinger durante o impeachmentde Nixon, permitindo a preparação dos choques de petróleo como uma quota de interesses privados bem diferentes da Nação Americana (Petróleo uma guerra de um século Ed. Jean-Cyrille Godefroy, cap. 9 pags 149 e seguintes.
[19] O autor utiliza a palavra «dominação» (antiquada mas que existe em francês) para explicar aqui porque usa a dominação como modelo de governo. Esta referencia aos termos exactos da estratégia americana da era Bush Jr. é explicada por W.Engdahl na sua obra Dominação de Espectro Total (2009, a aparecer em francês.
[20] Efectivo do Conselho de Directores disponíveis no site da Internet do Instituto dos Estados Unidos para a Paz» em:
http://www.usiporg/aboutus/board.html
[21] F. William Engdahl, Die Denke Fabriken.Wie eine unsichtbare Macht Politikund Politikund Macht Mainstream-Medien manipuliert (A Fábrica de Pensamento: como uma força invisível manipula a politica e os principais medias]», Op. Cit., Cap. 7)
[22] «Engenharia democrática» [democracy-building] é autentico que com efeito encontremos «engenheiros em democracia» em Bruxelas e noutros locais… se a situação se presta ao riso, oculta algo de muito mais grave do que aquilo que é chamado com muita pompa a «democracia» no Ocidente.
[24]A Fundação Charles Stuart Mott foi criada em 1926 por Charles Stewart Mott, em capitanias de industria do Michigan associada à General Motors. É hoje membro da Rede de Fundações Europeias para uma Cooperação Inovadora [Network of European for Innovative Cooperation, NEF]
Ela está no número destas fundações criadas num ambiente de paternalismo empreendedor certamente real na época, mas que foi largamente ultrapassado para outros fins. Um outro exemplo maior será a Fundação Dale Carnegie: veja-se «A verdadeira história de Bilderberg» (Daniel Estulin, Ed. Nouvelle Terre, 2009).
[25] Ibid.
[26] Rockefeller Brothers Fund (RBF, não confundir com a Fundação Rockefeller, criada em 1913 por J. D. Rockfeller): criada em 1940 pelos cinco filhos da terceira geração dos Rockfeller: John Rockfeller III, Nelson, Laurance, Winthrop e David. É o binómio constituído por David e Nelson que terá o papel mais subversivo nos assuntos internacionais. Luís M. Gonzalez-Mata foi realmente o primeiro a anunciar a articulação dos irmãos Rockfeller (Nelson e David) e dos seus protegidos, Henry Kissinger e Zbigniew Brzezinski, no quadro de dois cenáculos de decisões maiores que são o Bilderberg, e a comissão trilateral (Os verdadeiros senhores do mundo», Ed. Grasset & Fasquelle, 1979).
[27] ESI, O Plano Merkel: restabelecer o controlo…», Op. Cit.
[28] Desde O Grande longe» teria dito o Presidente Charles De Gaulle…»
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[Artigo tirado do sitio web portugués ‘ODiario.info’, do 22 de xuño de 2016]