A reciclagem do fascismo

Jorge Cadima - 28 Mai 2024

Nas novas condições e realidades mundiais, o fascismo é de novo beneficiário dos favores, dos financiamentos, da promoção e protecção mediática do grande capital. Pode usar novas roupagens, caras e tecnologias novas. Mas a sua essência não mudou

 Quando em Setembro de 2023 o Parlamento canadiano ovacionou o nazi ucraniano Hunka, veterano das Waffen SS hitlerianas, não se estava perante um ‘erro’, nem perante um episódio isolado. Aquele vergonhoso acto foi uma nova tentativa de destruir a memória histórica dos povos sobre os crimes do nazi-fascismo, procurando normalizá-los. Já em 1984 o Presidente dos EUA Reagan e o Chanceler alemão Kohl haviam visitado o cemitério de Bitburg, depositando coroas de flores nas campas dos combatentes das SS. A União Europeia há muito que tolera os desfiles de homenagem aos veteranos das SS nas suas repúblicas do Báltico, ao mesmo tempo que reescreve a História da II Guerra Mundial. Em Dezembro de 2023 os Estados Unidos e seus satélites na UE votaram contra a resolução de «Combate à glorificação do Nazismo» que foi aprovada por 118 países na Assembleia Geral da ONU (1). São exemplos que ilustram bem a relação incestuosa das classes dirigentes capitalistas com o seu filho mais violento e criminoso, o nazi-fascismo, a quem dão rédea solta sempre que sentem estar em perigo a sua dominação.

 Com a ascensão do movimento operário, a I Guerra Mundial, a Revolução de Outubro e a grande crise económica de 1929, boa parte das classes dirigentes capitalistas apostou no fascismo como solução violenta para a sua crise. No início dos anos 40 o fascismo imperava em quase toda a Europa, de Lisboa às portas de Moscovo. Os EUA e a Inglaterra – após uma inversão de rota conduzida por Churchill – optaram por uma aliança anti-fascista com a URSS, receando um mundo hegemonizado pela Alemanha que pusesse em causa o Império Britânico e as ambições dos EUA. Essa aliança foi rapidamente enterrada após a II Guerra Mundial pelos fautores imperialistas da chamada Guerra Fria. Milhares de fascistas foram então reciclados para a cruzada que – em nome do anti-comunismo – o imperialismo desencadeou contra os grandes avanços de libertação nacional e social que os povos estavam a alcançar. O fascismo foi mantido vivo, mesmo quando na sombra.

 No final da II Guerra Mundial – por vezes antes ainda de ter terminado – os centros de comando das grandes potências imperialistas anglo-saxónicas procederam ao recrutamento e/ou à colocação no poder de elites fascistas derrotadas pelos povos em numerosos países, entre os quais a Alemanha Ocidental, Japão e Grécia. O Portugal fascista de Salazar tornou-se membro fundador da NATO em 1949, ajudando a que a ditadura sobrevivesse mais um quarto de século. Noutros países a reciclagem de fascistas e colaboracionistas foi mais encoberta, mas o seu recrutamento para as estruturas dos serviços secretos, militares, policiais ou clandestinas criou tropas de choque a serem usadas nas estratégias de subversão e desestabilização e prontas para eventuais golpes de Estado.

 Muitos dos crimes das últimas décadas têm a marca dessa colaboração. Exemplo cimeiro é a condução do fascismo ucraniano aos centros de poder em 2014, com a missão de sacrificar o povo ucraniano às estratégias de imposição da ditadura planetária dos EUA.

A recuperação fascista na Alemanha Ocidental

 Após o fim da II Guerra, na República Federal da Alemanha sob ocupação das tropas anglo-americano-francesas, nazis reciclados viriam a ser colocados em importantes postos de comando.

 O primeiro chefe dos serviços secretos da RFA, o BND, foi Reinhard Gehlen, responsável pelos serviços secretos militares de Hitler na frente Leste. Logo em Maio de 1945 Gehlen entrega-se à espionagem militar dos EUA a quem oferece os arquivos da Alemanha Nazi sobre a URSS e toda a sua rede de espiões e agentes no Leste da Europa (2). As informações de Gehlen resultavam «da sua participação numa das mais terríveis atrocidades da guerra: a tortura, interrogatórios e assassinato pela fome de cerca de 4 milhões de prisioneiros de guerra soviéticos». Gehlen é libertado e começa a trabalhar para os serviços secretos dos EUA, restablecendo a sua organização de colaboradores nazis na Europa de Leste, incluindo a organização fascista ucraniana OUN/UPA, hoje glorificada na Ucrânia. Para esse fim, os EUA destinaram «na primeira década após o fim da guerra pelo menos 200 milhões de dólares e empregaram 4000 pessoas a tempo inteiro». Entre os seus agentes (3) encontram-se destacados nazis como Klaus Barbie, Alois Brunner (vice de Adolf Eichmann) e Karl Josef Silberbauer, «o oficial da Gestapo que na prática é responsável pela morte de Anne Frank, ao ter localizado e prendido [Anne] e a sua família, que se escondiam num sótão de Amesterdão».

 Klaus Barbie ficou conhecido como o Carniceiro de Lyon por, enquanto chefe da Gestapo hitleriana nessa cidade da França colaboracionista de Vichy, participar directamente na tortura de resistentes franceses, entre os quais o gaullista Jean Moulin. Ainda no final dos anos 40 Barbie começa a trabalhar para os serviços secretos militares dos EUA (CIC), por conta de quem «geria várias redes de espiões que infiltravam os serviços secretos franceses e atingiam a Roménia e as organizações de emigrantes de direita ucranianos na Alemanha. Os sub-agentes de Barbie também levavam a cabo trabalho de infiltração do KPD (Partido Comunista Alemão)» (4). A II Guerra Mundial acabava de terminar e já chefes da Gestapo colaboravam com os EUA na repressão dos comunistas alemães. O KPD viria a ser formalmente proibido na Alemanha Ocidental em 1956.

 No início dos anos 50 as forças de ocupação dos EUA na Alemanha procedem à libertação de boa parte dos responsáveis nazis ainda presos. John McCloy (5), Alto Comissário dos EUA na Alemanha, embora mantendo as condenações à morte de cinco presos nazis (6), «reduziu substancialmente as sentenças prisionais de 79 outros destacados criminosos de guerra nazis, a maioria dos quais foram libertados nos meses seguintes […]. Entre os beneficiários dos seus actos incluem-se, por exemplo, todos os médicos dos campos de concentração nazis que haviam sido condenados; todos os juízes responsáveis pela administração dos ‘tribunais especiais’ nazis e mecanismos análogos de repressão: catorze dos quinze criminosos condenados no primeiro julgamento dos Einsatzgruppen [esquadrões de execução móveis] e administradores de campos de concentração, sete dos quais foram imediatamente libertados; 16 dos 20 réus no segundo julgamento sobre assassinatos em massa dos Einsatzgruppen; e todos os criminosos condenados no julgamento sobre trabalho escravo empresarial do Krupp, que foram imediatamente libertados». Essas libertações «desencadearam um processo que nos cinco anos seguintes acabaria por levar à libertação de centenas de criminosos nazis que haviam sido condenados». Entre as iniciativas de McCoy conta-se a restituição ao grupo Krupp dos bens que o Tribunal de Nuremberga havia confiscado, dado o apoio directo desse grupo monopolista ao nazismo.

 Em 1961 um militar da RFA torna-se Presidente do Comité Militar, um dos principais cargos da NATO, e conselheiro principal do seu Secretário Geral. Esse militar é o General Adolf Heusinger, que em Outubro de 1940 fora Chefe do Departamento Operacional do Alto Comando do Exército nazi. Heusinger (7) «desempenhou um papel-chave na planificação da invasão da Polónia em 1939; em operações na Dinamarca, Noruega, França e Holanda em 1940; e na Operação Barbarossa, a invasão da União Soviética, em Junho de 1941».

 Logo em Maio de 1945 os EUA iniciaram um processo de recrutamento de cientistas nazis, com o nome de código «Operation Paperclip». Um organismo oficial, o JIOA (8) «foi criado apenas e especificamente para recrutar e contratar cientistas nazis, colocando-os em programas de espionagem científica no seio do Exército, Marinha, Força Aérea, CIA (a partir de 1947) e outras organizações». Os cientistas nazis tiveram um papel central no desenvolvimento, não apenas do programa espacial dos EUA (Werner von Braun), mas também dos programas de mísseis e de armas químicas, bacteriológicas e de drogas concebidas para uso militar. Tudo na perspectiva duma «’guerra total’ contra os soviéticos – que incluiria a guerra atómica, química e biológica». Armas como os mísseis intercontinentais balísticos, o gás sarin, o VX, o Agente Laranja e drogas como o LSD fazem parte do resultado desses programas. Outro produto desses programas foram ensaios com armas químicas e biológicas, efectuados sobre populações civis, não apenas em países ‘aliados’, mas nos próprios EUA.

Os exércitos clandestinos de subversão

 Como afirma o autor norte-americano C. Simpson (9), já em 1948 um «programa de vários milhões de dólares iniciado pelo Conselho de Segurança Nacional (NSC) [dos EUA] financiava e armava secretamente ‘movimentos de resistência clandestinos, guerrilhas e grupos de libertação de refugiados… contra Estados hostis’ ou seja contra a URSS e os seus satélites do Leste da Europa. Muitos destes ‘grupos de libertação de refugiados’ eram na realidade organizações de exilados de extrema-direita que tinham colaborado com os nazis durante a ocupação alemã dos seus países. Alguns dos seus dirigentes eram destacados criminosos de guerra que tinham dirigido massacres e deportações de judeus durante o Holocausto». Entre estes encontravam-se os membros da organização ucraniana OUN/UPA de Stepan Bandera, hoje transformado em herói pelo poder ucraniano saído do golpe de 2014 patrocinado pelos EUA e UE. O objectivo desta organização fora «a de criar um Estado fascista independente cujo programa incluía […] a ‘consolidação da nova ordem étnica Europa do Leste’ e a ‘destruição da sediciosa influência judaico-bolchevique’». Simpson acrescenta: «o papel específico da OUN nos pogroms anti-semitas – tais como os assassinatos em massa em Lvov em 1941 – e no extermínio ao estilo de Lidice de aldeias inteiras, acusadas de colaborar com a resistência soviética, estão claramente confirmados. Muitos membros da OUN cometeram crimes graves durante a guerra e as vítimas primeiras dos seus excessos foram os seus próprios compatriotas».

Na Grécia, ainda antes de terminada a II Guerra Mundial já os imperialismos inglês e dos EUA afogavam no sangue a resistência anti-fascista e comunista que havia libertado o país. Os colaboracionistas foram colocados nos postos de comando. Entre 1967 e 1974 a Grécia foi governada por militares, após um golpe de Estado patrocinado pelos EUA. O chefe do golpe, Georgios Papadopoulos, foi co-fundador da organização IDEA financiada com «milhões de dólares dos Estados Unidos durante a intervenção dos EUA na Grécia, para criar o que chamou ‘Exército Secreto de Reserva’». A IDEA «era constituída em grande medida por colaboracionistas dos nazis» que «foram responsáveis pelo assassinato de dezenas de milhar de gregos durante a ocupação […] e colaboraram directamente com os nazis na liquidação de 70 000 judeus gregos» (10).

 A NATO serviu como elemento de coordenação das numerosas estruturas paramilitares subversivas (tipo Gládio) criadas pelos EUA no final da guerra em quase todos os países da Europa Ocidental (11). Essas estruturas secretas, criadas sob o pretexto da preparação para uma fictícia ‘invasão soviética’, estavam recheadas de fascistas. Serviram na realidade para enquadrar acções de terrorismo e subversão, ou mesmo golpes e tentativas de golpes de Estado.

A história de Itália no pós-guerra foi descrita assim num relatório às Comissões Parlamentares de Inquérito sobre os massacres e terrorismo em Itália: «É nesta base que começa a ‘guerra’ americana contra a Itália, não apenas contra o PCI ou a esquerda, mas precisamente contra o país inteiro […]. Impedir, através duma nova guerra que as esquerdas possam – legitimamente e através de eleições livres e democráticas – chegar à governação do pais é o objectivo primeiro sobre o qual se concentram todos os esforços. Nesta guerra ao comunismo não faltam aos Estados Unidos aliados, e forças úteis para a cruzada serão pescadas mesmo entre os inimigos da véspera. […] É assim que, em síntese, ao lado de homens da CIA e aos militares da NATO, encontramos homens da OVRA (a polícia política de Mussolini) e sectores da maçonaria, as hierarquias do Vaticano […]. Os Serviços americanos não renunciam sequer a cultivar boas relações com a Mafia logo no final da guerra, que é ‘por sua natureza anti-comunista, sendo um dos elementos sobre os quais a CIA se apoia para manter a Itália sob controlo» (12).

 Em Dezembro de 1970 uma tentativa de golpe de Estado em Itália foi chefiada por Junio Valerio Borghese, que fora libertado em 1949, apesar de ser «um dos maiores responsáveis de delitos fascistas, o ‘príncipe’ dos criminosos de guerra, o chefe da [milícia fascista] X Mas que é responsável por oitocentos homicídios documentados, pela pilhagem, razia e fogo posto de inteiras aldeias italianas, por centenas de partigiani [resistentes] seviciados, torturados, retalhados vivos». Quando foi libertado, «as prisões italianas estavam cheias de trabalhadores, de ex-partigiani, de operários, de camponeses que lutaram e fizeram greve para defender o seu direito à vida. Mas os traidores à pátria são absolvidos e amnistiados. […] Seguramente dão mais garantias do que os partigiani de servir a causa da guerra, da América e do Vaticano» (13).

A teia conspirativa tinha numerosas estruturas organizativas, entre as quais a famosa P2, que incluía os chefes de todos os serviços secretos, largas dezenas de chefias militares, gente da finança e da política, entre os quais o futuro Primeiro Ministro Berlusconi. Os seus numerosos contactos com o terrorismo e o golpismo que marcaram os anos 70 em Itália estão amplamente documentados (14). Essa ‘estratégia da tensão’ serviu para travar a ascensão eleitoral do PCI e, através do terror e medo, ‘normalizar’ a situação italiana. O chefe da P2, Licio Gelli, havia sido voluntário nas tropas de Mussolini na Guerra de Espanha e oficial na República Social Italiana [de Salò], tendo sido recrutado em Outubro de 1944 pela percursora da CIA (OSS), num «cuidadoso e capilar recrutamento entre os oficiais da RSI» por parte dos serviços secretos dos EUA (15).

 Em 1974 é preso o General Vito Miceli, também membro da P2 e «chefe dos serviços secretos militares italianos SID, com a acusação de ‘promover, constituir e organizar, em conjunto com outros, uma associação secreta de militares e civis visando provocar uma insurreição armada para provocar uma alteração ilegal na Constituição do Estado e na forma de governo’. Miceli fora responsável pelo Gabinete de Segurança da NATO e no julgamento em 17 de Novembro de 1974 [declarou…] ‘Um Super-SID sob minhas ordens? Claro! Mas não o organizei eu para levar a cabo um golpe de Estado. Foram os Estados Unidos e a NATO que me pediram para o fazer!’» (16). Miceli acabaria por não ser condenado.

A promoção actual do fascismo

 Dimitrov, no seu Relatório ao VII Congresso da Internacional Comunista em 1935, afirmou: «Os círculos imperialistas procuram descarregar todo o peso da crise sobre as costas dos trabalhadores. Para isso, precisam do fascismo. Tentam resolver o problema dos mercados através da escravidão dos povos mais fracos, através do aumento da pressão colonial e duma nova partilha do mundo pela via da guerra. Para isso precisam do fascismo. Procuram impedir o crescimento das forças da revolução pelo esmagamento do movimento revolucionário dos operários e camponeses e o ataque militar contra a União Soviética, baluarte do proletariado mundial. Para isso precisam do fascismo».

 Hoje, nas novas condições e realidades mundiais, o fascismo é de novo beneficiário dos favores, dos financiamentos, da promoção e protecção mediática do grande capital. Pode usar novas roupagens, caras e tecnologias novas. Mas a sua essência não mudou. O papel que o grande capital financeiro lhe reserva é o mesmo de sempre: abrir caminho ao autoritarismo e à guerra para defender o grande capital financeiro e impor a reacção social contra quem vive do seu trabalho.

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Notas
(1) Moção apresentada e repetidamente aprovada há quase duas décadas. EUA e Ucrânia votam sempre contra, alegando preocupação pela «liberdade de expressão» (CBS News, 17.11.2016). Desde 2022 a generalidade dos países da UE, que até aí se abstinham, passam a também votar contra. Ironia da História, ou talvez não, entre os votos contra contam-se a Alemanha, Itália, Japão, Espanha e Portugal
(2) Citações de Blowback: America’s recruitment of Nazis and its effects on the Cold War, de Christopher Simpson, Weidenfeld & Nicolson, 1988, Cap. 4 e 5.
(3) Jornal inglês independent.co.uk, 29.6.2018.
(4) Simpson, op. cit, p.187.
(5) Curiosamente, McCloy viria a ser membro da Comissão Warren que escreveu a inverosímil versão oficial sobre o assassinato do Presidente Kennedy.↲
(6) Citações em Simpson, op. cit, p. 191-2.
(7) Artigo de David T. Zabecki, www.historynet.com, 11.10.2021.
(8) Citações do Prólogo do livro de Annie Jacobsen, Operation Paperclip. The secret intelligence program that brought Nazi scientists to America, Little, Brown and Company, 2014 (Ver também Cap. 19 e 20).
(9) Simpson, op. cit, p. 4, 161 e 163.
(10) Simpson, op. cit, p. 81.
(11) Veja-se NATO’s secret armies. Operation Gladio and terrorism in Western Europe, Daniele Ganser, Routledge, 2004.
(12) Stragi e terrorismo in Italia dal dopoguerra as 1974: https://patrimonio.archivio.senato.it/inventario/scheda/terrorismo-e-stragi-x-xiii-leg/IT-SEN-114-014986/stragi-e-terrorismo-italia-dal-dopoguerra-al-1974-on-bielli-on-grimaldi-on-attili-on-cappella-on-ruzzante-sen-bertoni-sen-cioni#lg=1&slide=0
(13) Citações do livro do ex-Vice Secretário Geral do Partido Comunista Italiano, Pietro Secchia, La Resistenza Accusa, 1945-1973, Mazzotta Editore, 1973, p. 63, 65.
(14) Veja-se os livros de Sergio Flamigni, Senador do PCI entre 1967 e 1987, nomeadamente Trame atlantiche, KAOS Edizioni, 1996.
(15) Flamigni, op. cit., p. 33. Em Julho de 1943, quando a derrota na II Guerra Mundial era já inevitável, um golpe palaciano com o apoio do Rei depôs Mussolini, que foi preso. A Alemanha Nazi libertou Mussolini numa aparatosa operação em Setembro de 1943 e colocou-o à frente dum regime colaboracionista no Norte de Itália, conhecido como República Social Italiana, ou República de Saló.
(16) Ganser, op. cit, p. 6 e 8.

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[Artigo tirado do sitio web ODiario.info, do 27 de maio de 2024]